quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Manu - Manes - Minos - Moisés

As coisas se tornam mais fáceis e claras se partimos de algumas figuras representativas das principais linhas culturais do Oriente. No Século 19, foi levantada a hipótese de certos paralelos. Assim, na Índia antiga, o legislador e político era conhecido pelo nome de Manu. No Egito, por Manes. Minos era o nome do rei de Creta que foi estudar no Egito as leis que ele pretendia introduzir na Grécia. O líder do povo hebreu que nos legou os dez mandamentos chamava-se Moisés. Manu, Manes, Minos e Moisés, dada a enorme influência que exerciam na história da humanidade, estavam destinados a mudar a face do mundo. Todos os quatro estatuíram as leis que continuariam a ter força no futuro, alicerçando as sociedades sacerdotais e teocráticas. Todos procederam de acordo com um modelo arquetípico muito mais evidente que as meras semelhanças dos nome e instituíções que eles criaram.

Manu é uma palavra sânscrita que significa "um homem de qualidades excepcionais, um dispensador da lei". Os quatro nomes acima citados têm uma origem sânscrita comum.
Sempre, na aurora de todas as civilizações, surgem seres predestinados a grandes feitos, a conduzir as massas, a mover as engrenagens do progresso ou a governar. Em vez de se deixarem dominar pela sede de poder que tanta atração exerce sobre pessoas incultas, preferem, como líderes espirituais ou culturais, usar do poder que lhes foi concedido, para viver em harmonia com o Ser Supremo que existe na consciência de todos os homens. Envoltos por uma auréola de mistério, suas origens e suas vidas transformam-se em lendas. São chamados "profetas" ou "emissários de Deus" e reformulam as obscuras revelações do passado que só eles sabem interpretar. Em suas mãos habilidosas, toda realidade pode ser transformada numa manifestação do poder celestial que eles têm condições de invocar ou aplacar. Magos da Índia e de Israel, por exemplo, colocar uma serpente em estado catatônico, exibí-la como um cajado diante de todos e depois fazê-la voltar ao seu estado normal. Esse é, aliás, um truque muito popular no repertório dos faquíres.

Os adeptos e intérpretes literais das leis de Manu, aliando-se à mais influente casta dos brâmanes e dos sacerdotes, desequilibraram a estrutura social dos Vedas, causando assim o declínio e a ruína de seu povo, que, posteriormente, iria ser sufocada sob o corrupto domínio sacerdotal. Da mesma forma, aqueles que documentaram a tradição oral de Moisés se apegaram, sobretudo, ao comportamento despótico de seus predecessores, quando no governo do povo de Israel (ou filhos de Deus).

Jesus Viveu na Índia de Holger Kersten, páginas 52-54.

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